quarta-feira, 9 de junho de 2010

MORRE DR. ANTONIO LOPES DE SÁ



Acabo de ler a seguinte notícia:

“MINAS GERAIS ESTÁ DE LUTO.

A classe contábil brasileira perde um ícone; o Brasil perde um cidadão de referência mundial.

Rosangela Bekman/CFC

Ontem (7 de junho), em torno das 23 horas, faleceu de aneurisma cerebral o contador professor doutor ANTÔNIO LOPES DE SÁ.

Em 1927, nascia em Belo Horizonte (MG) um menino que viria a ser um orgulho para Minas, para a Classe Contábil brasileira e para o País.

Indicado para o Prêmio Nobel da Paz, detentor de várias honrarias e prêmios nacionais e internacionais, recebeu em 1988 a maior honraria da classe, a Medalha Mérito Contábil João Lyra.

Autor de mais de 150 livros em vários segmentos da contabilidade, foi conferencista, pesquisador, presidente de vários órgãos nacionais e internacionais.

O corpo do Grande Mestre, como era conhecido, está sendo velado na sede do Conselho Regional de Contabilidade de Minas, na rua Cláudio Manoel, 639, bairro Funcionários. Às 15h30 o cortejo sairá para o cemitério Parque Renascer. “

E claro, eu não poderia deixar de manifestar o meu sentimento de tristeza. E acrescento que não é só Minas Gerais que está de luto, mas a classe contábil brasileira que está de luto. Sempre tive Dr. Lopes de Sá como uma referência pessoal. Imagino que vocês tenham o mesmo sentimento. Só que com uma diferença: para mim, além da referência contábil, Lopes de Sá é um querido amigo que se foi.

Conheci Lopes de Sá há alguns anos durante um jantar para poucos convidados em Belo Horizonte. Naquela noite eu, recém inserida no sistema CRC/CFC foi apresentada a esse ícone da contabilidade brasileira. Tivemos uma excelente conversa sobre os mais diversos assuntos. Aprendi com ele, sobre ética, moral, comportamento, hombridade, humanidade, lisura, respeito ao próximo, comprometimento, errar, acertar, decidir, planejar, PENSAR. Enfim, além de aprender contabilidade, aprendi sobre a vida !!!

Quando paro e penso, lembro que encontrei Lopes de Sá o ano passado em várias ocasiões. Todas nos eventos organizados pelo Conselho Federal de Contabilidade. Num deles, em Uberlândia, já narrei aqui para vocês a conversa que tivemos.

Mas a última vez que o vi, foi um momento mágico. Sempre ouço dizer que Deus escreve certo, por linhas tortas, porém eu digo: Deus escreve certo por linhas certas !

Fico sem palavras quando lembro dos meus últimos momentos onde o vi discursar para nós profissionais, mais como um pai que aconselhava seus filhos do que como o ícone da contabilidade brasileira. Naquele dia ouvi tudo o que ele disse, e me parecia uma despedida. Entre suas palavras ouvi: “Ninguém é velho quando pensa em viver pelo menos mais um ano. E eu penso em viver mais um pouco.”

Finalizou o seu discurso dizendo:

“Eu queria que vocês raciocinassem comigo uma coisa simples: não fomos nós que nos criamos não é verdade ?! Nenhum de nós criou a nossa própria vida. Nós somos determinados para cumprir uma vida, nós somos donos dela, nós somos hospedes dessa matéria. Mas a energia que a anima que é o nosso espírito é resultado da própria poeira cósmica. Nós sempre existimos e nós sempre existiremos essa é a realidade. Mas temos uma missão e fomos colocados num determinado lugar como os hospedes.

Eu não me sinto autor de coisa nenhuma. Me sinto um missionário. Essa propriedade que Deus me deu de fazer um livro em uma semana, porque eu faço mesmo. Fui eu quem conquistou.

Vocês vem com uma missão. Nos todos viemos com uma missão. Se vocês quiserem saber qual é a missão, perguntem a você o que é que me foi dado e que eu não conquistei.

Eu não conquistei a propriedade de saber escrever. Isso me foi imposto, então me é cobrado. É assim o meu raciocínio, é aquilo que vocês recebem em vocês e vocês não conquistaram, não lutaram, nasceram com aquilo, e ai está à missão.

E a minha missão: enquanto um sopro de vida me restar vocês podem ter certeza, eu não pouparei esforços pela felicidade de vocês !”

E Lopes de Sá não poupou esforços, encerrou sua vida deixando a nós profissionais um cem número de livros direcionados a área contábil que tanto amou.

Fica aqui o nosso Adeus ao profissional que levou a contabilidade ao patamar de destaque !!

Mais informações aqui

http://www.cfc.org.br/conteudo.aspx?codMenu=67&codConteudo=4765

terça-feira, 1 de junho de 2010

Discurso de Maria Clara Cavalcante Buragim no Senado



Exmº Senador Mão Santa, que tanto me emocionou com os relatos que fez ao recordar sua mãe. Eu quero dizer, Senador, que, nesse mesmo momento, eu lembrava também de meu pai, o contabilista Clarício Bugarin, que se debruçava sobre esses mesmos livros e que tanto orgulho e tanta satisfação sempre me deu. Foi através de seu exemplo que eu escolhi minha profissão.

Exmº Sr. Senador João Vicente Claudino, em nome de V. Exª saúdo todos os Senadores desta Casa. Quero dizer, Sr. Senador, que os profissionais da Contabilidade, principalmente os profissionais da Contabilidade do Estado do Piauí, não esquecerão jamais a importância deste momento que o senhor nos proporcionou.
Vamos comemorar juntos, com certeza, a sua posse no Governo do Piauí. Vamos festejar lá, todos juntos.

Cumprimento os meu caros Presidentes dos Conselhos Regionais de Contabilidade de todo o Brasil, meus queridos colegas, Conselheiros do Conselho Federal de Contabilidade, estudantes, professores, representantes da classe contábil brasileira, queridos e grandes líderes da classe contábil brasileira. Cumprimento também meu líder maior, o Contador Juarez Domingues Carneiro, Presidente do Conselho Federal de Contabilidade, e o Contador Valdir Pietrobon, que, juntos, no Senado da República, representam este novo momento do profissional contábil.

Esse novo momento é marcado pela união das nossas entidades, pela união do sistema contábil brasileiro, representado pelo Conselho Federal de Contabilidade, que, como o Presidente Juarez já registrou, hoje representa mais de 420 mil profissionais da Contabilidade deste País, e pela força da nossa Fenacon, que, dirigida pelo Presidente Valdir Pietrobon, representa mais de 75 mil empresas de serviços contábeis deste País.

Nós aprendemos que, juntos, somos fortes, e foi essa união que nos trouxe hoje aqui, ao Senado da República, pela primeira vez, em uma sessão dedicada a comemorar o Dia do Contabilista.

Este é um marco nas nossas vidas, em particular, queridos amigos, na minha vida. Com toda ousadia, aceitei o desafio do nosso Senador de falar neste momento de improviso, quebrando o protocolo. Não estava realmente preparada esta minha fala, aqui eu falo com toda emoção, deixando falar a voz do coração para dizer do orgulho que sentimos neste momento; para representar também as mais de 140 mil mulheres contabilistas deste País. Queremos dizer à nossa sociedade que toda essa história relatada nos deixa felizes e orgulhosos, porque percebemos que os nossos dirigentes reconhecem que todo desenvolvimento econômico do País sempre esteve centrado nos informes contábeis. Foi através da Contabilidade, e é através da nossa Contabilidade, que o País ocupa hoje a posição de destaque em que se encontra no mundo.

Mas nós, colegas, sabíamos que o grande problema que precisávamos ultrapassar era a nossa timidez. Precisávamos chegar aos nossos Parlamentares e nos mostrar, precisávamos dizer que, apesar do orgulho e da gratidão que temos dos nossos guarda-livros, que foram os primeiros profissionais que escreveram a nossa história, a nossa classe cada vez mais evolui.

O profissional da Contabilidade, cada vez mais, tem consciência da sua importância, tem consciência de que é através do nosso trabalho que a economia cresce, e é através do nosso trabalho que nos colocamos nesta Casa, à disposição dos nossos Senadores, para contribuir para um mundo melhor.

Não poderia deixar também de registrar que toda essa história, que foi tão bem relatada aqui pelos que me antecederam e pelo nosso Presidente Juarez, foi escrita através da dedicação e do amor de nossos precursores. Quero lembrar aqui todos os Presidentes do Conselho Federal de Contabilidade, todos os grandes baluartes da nossa classe, que lutaram pela regulamentação da nossa profissão. Devemos a eles este momento histórico. Queremos dizer que, cada vez mais, trabalhamos com mais otimismo e com mais dedicação para honrar todo esse trabalho tão bem escrito, toda essa nossa história que tanto orgulho nos traz.

Talvez o destino tenha me colocado aqui neste momento para, com muita ousadia, deixar também uma mensagem para o nosso Governo.

Nós imaginamos que não deveríamos falar da nossa Lei de Regência aqui. O Presidente Juarez colocou algo sobre isso no seu discurso, mas tirou, pensando: “Não vamos colocar para não termos nenhum problema nem nenhuma surpresa desagradável”. Mas talvez, Presidente Juarez, Deus, que sempre escreve certo por linhas certas, tenha nos trazido hoje ao Senado para nos dar condições de dizer ao nosso Presidente Lula: nós, a classe contábil brasileira, nós não merecemos um veto a esse projeto, nós confiamos no Governo.

Com a nossa história, tão bem construída, depois de 64 anos, nós vamos ter, sim, a nossa Lei de Regência atualizada; nós vamos ter, sim, as nossas conquistas colocadas em lei, porque todo esse trabalho tão bem desenvolvido, todo esse trabalho que com tanta seriedade se fez, merece uma resposta do Governo, como nós a tivemos da Câmara e como nós a tivemos do nosso Senado.

Obrigada, Srs. Senadores, por este momento. Nós estaremos sempre de pé, com muita emoção, com muito orgulho e com muito coração, correspondendo à confiança que todos os senhores depositaram em nós, como mostraram através desta sessão.
Muito obrigada. Que Deus os abençoe.

Fonte: Agência Senado

Presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis




Recentemente Maria Clara Cavalcante Bugarim esteve discursando no Senado sobre a emenda feita na MP 472/09.

Segundo a Agência Senado:

"A presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, Maria Clara Cavalcanti Bugarim, pediu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vete emenda que os congressistas colocaram na Medida Provisória 472/09 que passa a exigir "exame de suficiência" para os contabilistas. O exame, como o da Ordem dos Advogados do Brasil, será feito pelo Conselho Federal de Contabilidade.

Ela apelou ainda ao presidente da República para manter, na mesma medida Provisória, a determinação de que os contabilistas devem pagar anuidades às suas entidades de classe. Hoje, a anuidade é determinada por uma resolução do Conselho de Contabilistas, sem força de lei.

- A classe contábil brasileira não merece um veto a esse projeto. Nós confiamos no governo - afirmou, sob aplausos dos contabilistas, professores e alunos que estavam no plenário do Senado. O discurso de Maria Clara encerrou a sessão de homenagem dos senadores aos contabilistas."


Fonte: Da Redação / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Veja o discurso na íntegra:

www.senado.gov.br/agencia/verNoticia.aspx?codNoticia=102436&codAplicativo=2