Recentemente estive reunida com um grupo de colegas professores e coordenadores de cursos de ciências contábeis e discutimos sobre a educação brasileira.
Em nossa conversa vários pontos foram abordados, desde a entrada dos alunos na faculdade, vindos de um ensino médio “capenga”, até os ensinamentos nos cursos superiores e a saída destes alunos para o mercado de trabalho.
Eu pessoalmente tenho as minhas convicções, meu sonho era que a faculdade fosse feita de conceitos básicos: matemática, português, geografia, história, contabilidade geral, direitos, sociologia, filosofia, etc, ou seja, uma boa e sólida informação básica para os alunos, só então ele correria em busca de especialização na área em que ele realmente se identifica.
Atualmente nós vemos o aluno chegar no ensino superior “analfabeto”: analfabeto porque ele lê várias vezes, mas não entende o seu significado. Sabem ler e escrever, mas não sabem interpretar. As dissertações são uma colcha de retalhos, é um tal de copia e cola de todo lado. E o pior é que os alunos não se dão ao trabalho nem de mudar o tempo do verbo.
Na última pesquisa a que tive acesso, verifiquei que as faculdades brasileiras têm 135.000 alunos do curso de ciências contábeis formando a cada ano. Mas que tipo de profissional nós estamos formando ???
Uma coisa é certa: por mais pecadores que nós sejamos, o cabra que é professor tem seu cantinho garantido lá no céu.
Os professores são profissionais, tem conhecimento, vão à faculdade para levar esse conhecimento aos alunos.
Deveríamos ver, então, faculdades que incentivassem os professores, com políticas e plano de carreira bem definidos, que fizessem com que os professores vestissem a camisa, estudassem e trabalhassem por aquela faculdade.
Mas o que temos na prática são professores especialistas que entram nas faculdades para complementar a renda. As aulas não são totalmente proveitosas porque os professores chegam um pouco mais tarde e saem um pouco mais cedo, perdem tempo na chamada, perdem tempo chamando a atenção dos alunos, no final apenas 65% da hora-aula é utilizada.
Nos EUA o índice de aproveitamento chega a 80%. As chamadas são feitas lá na catraca quando o aluno chega. Os professores não têm que se preocupar se ele está na sala ou não.
Os nossos alunos entram na sala para ler jornal, revistas, livros, bater-papo com os colegas ou no MSN. Uma pequena minoria está realmente interessada em assistir a aula, perguntar, discutir e aprender. Principalmente nos cursos noturnos, onde a maioria dos alunos trabalha de dia e chega cansado para assistir a aula e correr na saída para não perder o ônibus, o trem ou a carona.
Mas nós ainda sentamos, discutimos e debatemos tudo isso.
Estamos sempre em busca da melhor forma de trazer esses alunos para a sala de aula, para aprender, discutir, formar profissionais éticos e críticos.
A nossa preocupação é que esse profissional seja relator, analista, tenha o poder de sintetizar, comunicar-se com clareza e coerência. Um contador que conheça a sócio diversidade, seja multicultural, trabalhe a inclusão das minorias, a biodiversidade, ecologia, conheça novos mapas sócio e geopolíticos.
O novo perfil do profissional exige ainda conhecimento da globalização, arte, filosofia, política, educação, saúde, segurança, redes sociais, responsabilidade, dos setores públicos e privados, relações interpessoais, vida urbana, vida rural, cidadania, avanços tecnológicos e relações de trabalho. Além, claro, se saber administrar conflitos e trabalhar em equipe. Essa é a meta das faculdades: formar o profissional em todas essas ramificações profissionais e da vida.
Qual é o aluno hoje que parou para ir ao museu, assistir a uma ópera ou ver alguns quadros? Os alunos precisam de um verniz cultural. Aquele profissional que não fala uma 2ª língua e que não conhece informática está fora do mercado de trabalho.
Não podemos esquecer também de formar profissionais éticos e comprometidos com a sociedade em que vive.
Meu sonho é ver os alunos saindo da faculdade tendo em sua bagagem o domínio da ciência contábil e da elaboração das demonstrações contábeis, capacidade de reconhecer, avaliar e de utilizar as tecnologias de informações, capacidade de abstração, habilidade numérica, visão sistêmica, habilidade de comunicação oral e escrita, capacidade de assumir responsabilidades, estabelecer relações, decidir, organizar, conduta ética, capacidade de conviver em ambientes de conflitos.
Especialista em Auditoria, Controladoria e Gestão Pública | Sócia da A3 Auditores | Superintendente de Auditagem da Controladoria Geral do Estado de Alagoas | Presidente da Academia Alagoana de Ciências Contábeis - ALACICON | Vice-presidente de Registro do CRC/AL | Membro do Conselho de Curadores da Fundação Brasileira de Contabilidade - FBC.
sábado, 10 de setembro de 2011
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE PRORROGA INSCRIÇÃO DO 2º EXAME DE SUFICIÊNCIA
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), comunicou na última quinta feira que, em cumprimento à decisão referente à Ação Civil Pública n.º 2011.51.01.012634-6, da Justiça Federal do Rio de Janeiro (RJ), o item 2.2.1 do edital foi alterado para permitir a inscrição de estudantes do último ano do curso de Ciências Contábeis (7º e 8º semestres).]
Além disso, as inscrições foram prorrogadas até o dia 8 de setembro de 2011.
Fica a dica !
Fonte:
http://www.cfc.org.br/sisweb/exame/inscricao/
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